Metodologia

 


Etapas evolutivas


Método de Coerver

 O Método de Coerver foi desenvolvido na década de 70 pelo técnico holandês Wiel Coerver, com o intuito de estabelecer um método passível de ser aplicado universalmente tendo como objectivo o desenvolvimento técnico individual e de situações de jogo em que intervêm um pequeno grupo de jogadores. O Método alicerça-se numa estrutura piramidal de 6 níveis cumulativos.

De acordo com a filosofia de Coerver, a repetição dos exercícios e movimentos levará a uma mecanização dos mesmos que permitirá aos jogadores recorrer a estes de forma automática em situações de jogo, mesmo quando sob pressão adversária. A melhoria da técnica individual de cada jogador é encarar como fundamental para a melhoria do jogo colectivo, dotando os componentes de cada equipa de mais e melhores armas para abordar cada partida, desenvolvendo as dinâmicas colectivas e aumentando a confiança de cada atleta nas suas capacidades e por extensão nas dos seus companheiros.

Criação do jogar


A “criação do jogar” passa sobretudo pela consciencialização do atleta em relação às caracteristicas do jogo. Como ponto de partida, pretendemos que os nossos meninos tenham a uma boa relação com a bola, daí a utilização do método de coerver  mais especificamente o “ball mastery “.
Não podemos falar do “jogar” sem imprimirmos um sentido colectivo ao jogo. O futebol como desporto colectivo, apresenta-se estruturado por colegas e adversários. Este constrangimento obriga-nos a utilizarmos alguns recursos técnicos segundo a acção táctica como por exemplo o passe e a recepção. Seguindo este princípio, faz todo o sentido desenvolvermos um conceito de treino em que os jogadores possam exercitar o passe e a recepção perante uma situação de jogo.
Se pensarmos no jogo como um sistema dinâmico, torna-se fundamental mantê-lo em equilíbrio e para que isso aconteça é fundamental a criação de linhas de passe, coberturas ofensivas e defensivas. A abordagem destes princípios deve ser feita de maneira a que os jogadores descubram o seu funcionamento, assim sendo será  mais facilmente assimilado.
Toda a gente gosta de surpresas! Não há nada mais bonito é do que sermos apanhados desprevenidos com uma finta ou uma jogada mirabolante durante um jogo. Há momentos no jogo em o jogador deve privilegiar o seu egocentrismo e o seu virtuosismo. Nós não somos apologistas do futebol mastigado e previsível, preferimos que os jogadores tenham a liberdade de se poderem exprimir no campo de jogos. Para incentivar ao “futebol espectáculo “  exercitamos enumeras vezes jogadas de  1×1 com fintas, simulações e mudanças de direcção.

Aprender a tratar bem a bola implica que se tenha um bom domínio do próprio corpo e que estar equilibrado, manter a cabeça levantada, mudar de direcção, parar de repente, arrancar de surpresa, saber correr, acelerar ou diminuir a velocidade de corrida, parar, saltar, cabecear, inverter o sentido do deslocamento, saber rematar, passar, receber, apreciar trajectórias, saber olhar e recolher informações, cooperar com os colegas, saber defender e atacar à direita, ao centro e à esquerda, saber decidir e controlar as próprias emoções, são a base de um harmonioso domínio corporal e psíquico e que constituem a base da arte de jogar com agrado de ver. Paralelamente educarmos a disciplina, a coragem, a capacidade de sofrimento, a perseverança, a tenacidade e a imprevisibilidade, alimentando sempre a auto-confiança e a auto-estima, blindando tudo isto com valores como a solidariedade, a humildade, o altruísmo e o respeito por colegas e adversários. São estas coisas simples do corpo e da mente, as mais valias e alicerces do ensino na nossa Escola de Futebol e que fazem dela uma referência e bem-estar para os nossos alunos, proporcionando-lhes uma correcta formação moral, intelectual e desportiva.
formação de jovens futebolistas é uma actividade pedagógica que exige dos educadores uma qualificação adequada e um elevado sentido de responsabilidade com os praticantes de futebol, devendo ser visado o desenvolvimento das capacidades específicas (físicas, táctico-técnicas e psíquicas) do futebol, bem como a criação de hábitos desportivos e a aquisição de um conjunto de valores como a responsabilidade e a cooperação.
No Grupo Desportivo de Fradelos, o educador/treinador não é o ex-praticante ou praticante em final de carreira, que sem formação específica, é convidado para treinar os jovens, limitando-se a aplicar a sua experiência de antigo jogador. Na nossa perspectiva, o educador/treinador deverá reunir um conjunto de competências nos domínios do saber, saber fazer e saber fazer com que outros façam:
  • Conhecer bem os jovens que treina, bem como as características das suas diferentes fases de desenvolvimento.
  • Contribuir para o desenvolvimento das capacidades específicas (físicas, táctico-técnicas e psíquicas) do futebol, de acordo com as capacidades e as necessidades dos jovens.
  • Contribuir para uma formação geral e integral do cidadão comum.
  • Promover o gosto e o hábito pela prática desportiva, proporcionando prazer e alegria nos jovens praticantes.
  • Dirigir as expectativas dos jovens e dos seus familiares de uma forma real.
  • Dirigir as suas acções, valorizando fundamentalmente o esforço e o progresso na aprendizagem, colocando em primeiro lugar os interesses dos jovens e só depois as vitórias da equipa.
Uma das características dos bons treinadores é o desejo e a capacidade permanente de se actualizarem, de saber sempre mais, o que passa por uma formação contínua através da participação em debates e colóquios de treinadores, da leitura de revistas da especialidade, da observação e na troca de experiências de métodos de treino.
Em todas as nossas actividades é cultivada a personalidade e carácter dos alunos, disciplinando os jovens na aplicação dos conhecimentos adquiridos com precisão e rigor.